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domingo, 23 de outubro de 2011

É que é exatamente isto, Ana!

"Já tiveram aquela sensação de abismo, quando algo que construímos já não nos pertence por nossa opção ou por decisão de terceiros?
É como ficar sem chão, como se estivéssemos em cima de uma linha muito ténue a fazer equilibrismo, como se estivéssemos presos num labirinto ansiosos por saber onde está a saída. É o "e agora o que faço?" - Parece que estamos sozinhos no mundo sem saber como agir com a sensação que não temos nada. É como se fossemos filhos de ninguém, como se não tivéssemos para onde ir.
Depois destes pensamentos no vazio sabemos exactamente aquilo que tem de ser feito: começar tudo de novo. Oh não, começar tudo de novo... Saber que temos de usar toda a energia necessária para começar tudo outra vez, saber que leva tempo para termos alguma coisa palpável outra vez, que é preciso muita persistência e que não se pode desistir. Mas o quê? Para onde e como?

Gosto de pensar que somos a nossa própria empresa. Torna as coisas da vida mais simples, os problemas têm soluções e existem técnicas que nos orientam. Neste caso, neste novo começo, o ideal é fazermos o que deve ser feito quando se inicia uma empresa: fazer a análise PESTEL, estabelecer a nossa visão, missão e valores pessoais e fazermos uma auto-análise SWOT.
Vamos perceber que as coisas não são assim tão más e vamos descobrir a capacidade de nos reinventarmos! Vamos conseguir levantarmo-nos do chão apesar das dores, restabelecermo-nos da sensação de termos sangue no nariz e na boca quando se cai de repente, com força e de limpar as feridas que nos fazem arder as mãos."

[As aventuras de uma Empreendedora, pela Ana Campos no Jornal Expresso]

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